Uma agência da ONU (Organização das Nações Unidas), a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) apresenta o iSharkFin, programa desenvolvido especialmente com a finalidade de proteger as barbatanas dos tubarões, além dos próprios animais, que vem sendo vítimas do comercio ilegal e, consecutivamente, a matança desenfreada que, se não for brevemente contida, vai acabar por extinguir as espécies.
O projeto foi desenvolvido pela FAO em parceria com a Universidade de Vigo, localizada na Espanha e financiado pelo Governo do Japão. A Convenção sobre Comércio Internacional das Espécies Ameaçadas da Flora e Fauna Selvagem também é outra participação de peso para a realização desse projeto.
Essa iniciativa se deu com o propósito de pôr fim ao comércio das barbatanas, que por meio de pesca ilegal são retiradas dos animais, devolvidos posteriormente mar. O software permite que funcionários da alfândega, inspetores de mercados de peixe e até pescadores possam evitar a captura de espécies protegidas.
Como funciona
O sistema foi criado por meio de técnicas de inteligência artificial e fornece uma fotografia que diz respeito a pontos importantes das barbatanas. Desta forma, um algoritmo compara as informações com aquelas que estão presentes no banco de dados e reconhece a espécie do tubarão, busca essa que leva aproximadamente 5 minutos.
O iSharkFin, que traduzido para o português,s significa barbatanas de tubarão, identifica algo em torno de 35 espécies de barbatanas, se estendendo desde as dorsais até as posicionadas na parte superior da espinha do animal ou abaixo das nadadeiras.
Por que há interesse nas barbatanas de tubarões?
Os usos das barbatanas podem se dar para a fabricação de produtos farmacêuticos ou na culinária chinesa, onde são feitas sopas. De forma cruel, após as barbatanas serem retiradas dos tubarões, eles são devolvidos ao seu habitat. Estes, por sua vez, acabam morrendo de fome ou por serem incapazes de continuar a se locomover. Estima-se que mais de 73 milhões de espécies são mortos anualmente.
Para intensificar ainda mais o trabalho de salvamento dos animais, a FAO trabalha na criação de um aplicativo para tablets e smartphones para auxiliar ainda mais no combate da caça ilegal. Mesmo na versão atual, o software pode ser manuseado por qualquer pessoa.
No entanto, a maior dificuldade dos organizadores tem sido escanear todos os tipos de barbatanas uma vez que, com a matança desenfreada, está cada vez mais difícil identificar quais são as variações, já que estão se tornando cada vez mais raras.