Que o mercado de smartphones e tablets encontra-se cada vez mais competitivo ninguém duvida, mas o anúncio feito, no dia 27de fevereiro, pela conhecida empresa canadense BlackBerry- que reconhece o fechamento do primeiro trimestre de 2014 com queda aproximada de 64%- aponta para uma alteração mercadológica e um fenômeno bastante peculiar.

Através do fato, nota-se que o setor vem sendo a cada dia mais monopolizado pelas eternas rivais Apple e Google. De um lado, a idealização de Steve Jobs com inovações cada vez maiores, facilidade de compartilhamento e acessibilidade e de outro, o queridinho sistema operacional do Google que domina o mercado dos smartphones e tablets com parcerias de vários níveis com as indústrias fabricantes que o fazem estar disponível em aparelhos para todos os bolsos e necessidades.

Blackberry Apple

Nisso, a ideia inicial da BlackBerry de ser independente e fazer seu próprio nome, com seu próprio sistema operacional, acabou por falhar, já que dificultou o compartilhamento entre os usuários, que acabaram fechados em um universo bastante restrito. Seja por aplicativos e redes sociais não disponíveis em seu smartphone ou por carregadores e acessórios incompatíveis a outros aparelhos, os usuários sentem-se alvo de “humilhação pública” quando se comparam aos colegas e seus potentes sistemas operacionais.

Além disso, a BlackBerry deixou de ser mercadologicamente competitiva ao passo em que foi perdendo seus clientes corporativos para a Apple. A concorrente investiu tanto que conseguiu cativar seus clientes, de modo que esses façam sua propaganda espontaneamente, persuadindo as organizações a ceder às vontades de seus colaboradores e alterarem os procedimentos internos aos novos equipamentos e funcionalidades.

Apple Blackberry

O celular importado que era carregado com prazer por seus usuários, de um dia para o outro passou de mocinho a vilão. Hoje, o aparelho de teclado qwerty e tela reduzida, é motivo de vergonha. A cartada final da empresa, o sistema operacional BlackBerry 10, não trouxe muitos benefícios, uma vez que está sendo disponibilizado apenas aos aparelhos top de linha, que quando comparados aos concorrentes principais, acabam sendo menos atrativos.

Com isso, a empresa tenta se reerguer as custas do lançamento de novos aparelhos. Mais acessíveis, competitivos e voltados ao mercado corporativo, a cartada é inibir a perda dos clientes fieis e atacar potenciais consumidores de larga escala. Apoiado na eficiência de seu teclado e no conhecimento que possui acerca de segurança no mercado mobile, a empresa tentar buscar alternativas que possa evitar uma morte lenta dos negócios.